Espaço dedicado a compartilhar expressões, reflexos e meras impressões através de textos, desenhos ou fotografias.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Trágico

Exigem perfeição
Condenam por não ser perfeito
Brigam gritando "ei, voce não é perfeito ok?!"
Aí acusam de se achar perfeito
e ainda concluem:
credo porque voce fez isso? Nossa... que imperfeito!"

Real ?

Mas, tem sido tudo tão digital
que a vontade era clicar o 'excluir' na rede
e como resultado
deletar da vida

Tudo tão artificial
que vale ver se já foi palpável
se já foi além de algoritmo, papel ou coração.
Se pode ser

Saber enfim se é possível grudar ali
tudo que é digital de uma vez - de todos os dedos
naquela lata. naquela cara

Se a solução não é virtual...

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PARTIDA

Não é que tinha... tenho


Não é que perdi. Tenho


Não é desânimo, nem tédio


Nem arrependimento


Mas certamente há saudade, dolorida


Lembrança feliz; lembrança sentida


há também choro, de fazer partir

De se apartar o que faz parte


Quem pode partir assim os corações


que sendo cada qual à sua espécie, permanecem corações?


Um do outro e inclusos no mesmo amor


É tristeza

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sonho

Se o sonho noturno é gerado na busca pela realização de um desejo reprimido
Sonharei à luz do dia, onde não há repressão
Que se faça o desejo conhecido


Desejo de conhecer...
O berço de uma literatura

As raízes de mil músicas,
De viver a fotografia dos rolos de filme


E ver tudo isso por dentro
Combinando com tudo aqui dentro
convidando ainda outro a entrar!
Para descobrir em conjunto.


Um sonho à luz do dia.
De, por acaso, um dia

passar por London
Ouvir e cantar; compreender Liverpool

Adentrar Stratford-upon-avon,
mergulhar (porque não?) em seu mar de sensações lacrimosas
Certamente já com o mesmo mar nos olhos
e o som anterior ainda preso no peito


Então haverá: Um berço de literatura a certificar o nascimento de novo enredo,
uma trilha inacreditável fincando sua raiz
O fim de tanto sonho.


Fim trazido pelo calor, no toque da outra mão
Fazendo despertar à realidade do desejo
Não reprimido, mas conhecido e transformado:

Realizado

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Distração

Se começo um poema
já na segunda estrofe não me importa a leitura
É uma distração insistente,
e o completo de outros versos
nascidos em mim
Inspirados em ti:

'Voce não acreditaria nos seus olhos'...
Quando encaram os meus;
As coisas que dizem
e a profundidade que têm

A sinceridade que entregam
a segurança que trazem
Quando em segundos criam um lugar só meu

Ali mergulho e quase me perco
viajo, esqueço
as letras que os meus olhos liam

De tão intensos, os teus
me constrangem
Por declararem sem parar todo o seu amor

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Fuga

Até fez reza
pra'quela sensação sumir
Logo quem sempre dormiu
a portas abertas
agora, tranca uma
tranca duas
e se enfia ali na cama
como se mergulhar em cobertas
livrasse de algo
Só que o medo
não fica de fora
Entra contigo,
te persegue.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

De mim afora

Pudera, já senti cansaço tamanho e profundo que precisei vir ao âmago da palavra,
assim como ela encontrou em mim o cerne, numa série de males que me diminuem a consciência.
Nesse sentido, nesse segundo, sou indiferente. Sonolenta e apática: letarga.
Daí evoluem tais maldades, de causa simples - intensidade
Em viver,
em salvar,
em querer
sem colher
resultado que valha. "Ai, calor nos músculos e dor nos ossos". Já não vejo capacidade de continuar, já não quero. "Devolvam meu demasiado esforço, que falta me faz!"
Cansado, aprendi, é aquilo que se diz a respeito de um solo pouco produtivo por haver suportado culturas demais.
Hoje, o tal solo me tem por nome
E suportei
desenraizei,
quis destruir as pragas
Sem importar saber quem assentou,
quem arrancou.
(Qualquer desses agora seriam mãos estranhas e malvindas)
A chuvas, porém, têm ainda seu habitual acesso, pois tenho amor às águas
Assim espero que venham
Que me livrem;
que me levem
E ciclo se renove:
"Outras coisas, nasçam!"